Saturday, December 22, 2007

PRECE SIMPLES


Quem dera o Natal pudesse
colocar em nosso peito
a vontade que fenece
de amar a todos, a eito...

Quem dera nasça na alma
um amor tão verdadeiro
que desça em paz e em calma
espalhado pelo mundo inteiro...

Quem dera então, de verdade
venha até nós a vontade
de levar ao Deus Menino

Uma braçada de amor
pr'afastar tamanha dor
do seu rosto pequenino!...


Maria Mamede


Natal de 2007

Saturday, December 01, 2007

(In "Cartas de Amor" - Epílogo)



...E por fim chegaste
gaivota em voo tardio!
vieste dizer-me
que afinal, meu coração
não precisa estar vazio...




Maria Mamede

Saturday, November 17, 2007

VOCATIVO


Ó movimento insano planetário
que fazes e desfazes nesta vida
reflexos dum sonho de cristal
que sonho me dás, intemporal
que levas todo o sonho de vencida
tornando-o tão agreste e solitário?!...


Maria Mamede

Tuesday, November 06, 2007

S/TÍTULO -(NO CAIS DO TEMPO)


Não adies mais esta urgência de ti
não adies mais...
vivo cansada da promessa
dum presente, breve
onde nunca és presente
e põe-se o sol nesta espera!
Entanto a noite
cheiínha de luzes
lembra um navio
a acenar adeus.
E esta urgência de ti
principia a ir embora
com ele!...



MARIA MAMEDE

Sunday, October 28, 2007

Apesar de tudo, quero-te muito!
E continuas teu percurso no meu peito
na caminhada da ausência
onde a noite cai mais cedo
seja inverno ou verão...
dos equinócios, nem falo!
Sendo dos meus preferidos
são os que mais custam a passar
sem ti!...


Maria Mamede


(In No Cais do Tempo)

Tuesday, October 02, 2007

NÃO DEIXES...


Não deixes que meus dedos se entrelacem
nos fios da saudade;
Não deixes que meus olhos entardeçam
na luz doutros olhos
nem que outros beijos sulquem a minha boca
se são os teus que ela procura...
não deixes que meus dedos se espraiem
noutra almofada
que meu corpo, ávido de carícias
estiole noutros braços
que minha alma
padeça as raivas da perdição
por ser doutro a cama, o corpo a essência...
não deixes que sequem em mim
as flores da recordação
os prados da esperança
os rios do amor;
não deixes que meus dedos
se entrelacem
nos silvados da dor!...


Maria Mamede

Wednesday, September 19, 2007

SUSSURROS

Não sei de onde vim
Não sou daqui...
Talvez
Do limbo, do cosmos, doutra parte?
Não sei!
Mas de algum lugar
E de alguma arte
Me fizeram chegar
E vim por ti...
Alguém clamou por mim
E me fez vir;
Amores ou desamores
Ou a vontade louca
De saber do teu peito
E tua boca
Talvez o coração, talvez
Talvez...
Talvez o teu abraço
O teu carinho
O roçagar da face
Vagarzinho
As palavras
Apenas sussurradas;
Talvez os poemas
Nunca escritos
Talvez somente os sonhos
Mais bonitos
Talvez delícias
Ignotas, desejadas!...